domingo, 19 de maio de 2013

Balneário Camboriú tem o metro quadrado mais caro de Santa Catarina

Foto : Rafaela Martins
Uma pesquisa da Revista Exame mostrou que três municípios da região estão entre os que têm o metro quadrado mais valorizado de Santa Catarina. Balneário Camboriú, Itajaí e Itapema foram destaque em uma edição especial da revista, junto com Florianópolis, Blumenau e São José.
O levantamento contou o valor dos imóveis usados e Balneário tem o mais alto: na Barra Norte e Barra Sul, a metragem quadrada pode custar até R$ 8,1 mil. A segunda região mais cara do Estado é Jurerê Internacional e Santinho, em Florianópolis, onde o valor pode chegar a R$ 7,5 mil.
Na média, a Capital está na frente, com cerca de R$ 4,3 mil o m², contra R$ 3,8 mil de Balneário Camboriú. Mas o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon) de Balneário Camboriú, Carlos Humberto Metzner Silva, contesta o valor médio da pesquisa. Segundo ele, foram levados em conta, na pesquisa, bairros onde não se pode construir prédios e, com isso, a média caiu.
— Questionamos o fato de se misturar regiões muito diferentes, isso acabou diminuindo a média. Fora isso, os valores estão mesmo dentro do que temos pesquisado — diz Silva.
De acordo com ele, os imóveis novos hoje têm média de R$ 5 mil, mas nos lugares mais caros pode chegar a R$ 8,5 mil.
Em Itapema, a reclamação do Sinduscon é justamente o contrário. O presidente do órgão, João Formento, diz que os valores estão acima dos pesquisados pelo sindicato. Segundo a revista, a média dos imóveis usados fica em torno de R$ 2,8 mil, mas Formento afirma que esta é a média dos novos. Para o sindicato, a média fica entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil.

— Segundo nossos dados, a valorização dos imóveis cresce 25% ao ano e ainda temos muitos locais disponíveis para construir — diz o presidente.
Em Itajaí, os pontos mais caros estão nos bairros que têm praia — Cabeçudas e Praia Brava. O metro quadrado nestes locais varia de R$ 4,5 mil a R$ 6,4 mil. A média ficou em R$ 3,2 mil, à frente de municípios como São José, Caxias do Sul (RS) e Ribeirão Preto (SP), e de capitais como João Pessoa (PB) e Belém (PA).

Especialista aposta em crescimento de outras cidades da região
O professor do curso de Engenharia Civil da Univali, Andriei Beber, explica que são vários os fatores que determinam porque uma região é mais valorizada do que a outra. Mas a principal delas é onde o terreno se localiza. Até porque, a construção civil se baseia em um índice chamado CUB, que hoje custa R$ 1.220,74 o m². Só que este valor não leva em conta o terreno.
— É levado em consideração onde a moradia será construída. Se há infraestrutura, como é o acesso. E claro que nas cidades litorâneas esse valor aumenta — diz Beber.
Ele prevê também que, nos próximos anos, cidades como Navegantes, por exemplo, terão um aumento considerável no valor do metro quadrado. Segundo ele, a cidade ainda tem muitos espaços disponíveis para a construção civil. Ou seja, é a tradicional lei da oferta e da procura, quanto menos opções, mais caro fica o produto.
Beber também afirma que é fundamental o poder público acompanhar esse crescimento. Então, os imóveis sempre ficarão mais valorizados.
— Desde 2005, o Plano Diretor da cidade não é apenas a regulação do uso do solo, mas sim uma forma de o município pensar adiante, ver para onde se pode crescer. Em cima disso, devem ser feitos os investimentos necessários — defende.

Os valores por bairros
Balneário Camboriú
(faixa de preço médio do metro quadrado de imóveis usados em reais)

Nova Esperança, Santa Regina* e São Judas Tadeu — De 2.200 a 2.700
Ariribá, Barra, Estados, Municípios e Vila Real — De 3.300 a 4.400
Nações e Praia dos Amores — De 4.001 a 4.700
Centro e Pioneiros — De 5.600 a 6.000
Barra Norte e Barra Sul — De 6.050 a 8.100
Média — R$ 3.886

* O bairro faz parte da cidade de Camboriú, mas entrou na pesquisa.

Itajaí
(faixa de preço médio do metro quadrado de imóveis usados em reais)

Cidade Nova, Cordeiros, Espinheiros e São Vicente — De 2.400 a 3.000
Barra do Rio, Dom Bosco, Itamirim, Ressacada, São João, São Judas e Vila Operária — De 3.001 a 3.500
Centro e Fazenda — De 3.900 a 4.100
Cabeçudas e Praia Brava — De 4.500 a 6.400
Média — R$ 3.243

Itapema
(faixa de preço médio do metro quadrado de imóveis usados em reais)

Casa Branca, Morretes e Várzea — De 1.900 a 2.200
Alto São Bento, Centro e Meia Praia — De 3.500 a 3.800
Média — R$ 2.868

Reportagem : Julimar Pivatto
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