terça-feira, 24 de setembro de 2013

Uma longa distância até a prevenção

Barragem Oeste de Taió vertendo no dia 23/09/2013. Se ela já estivesse ampliada, armazenaria 99 milhões de metros cúbicos de água ao invés dos atuais 83 milhões.
Foto : Gilmar de Souza
O alerta precoce das chuvas que atingiram mais de 20 mil pessoas ajudaram a minimizar o impacto das cheias em Santa Catarina. Mas a proteção robusta contra enchentes e enxurradas, que poderia ter reduzido ainda mais os prejuízos nos 70 municípios afetados, principalmente do Vale do Itajaí, só deve ocorrer em 2016. Este é o prazo estimado pela Defesa Civil do Estado para a conclusão de nove pacotes de obras e ações de prevenção (veja na tabela ao lado) que integram o Pacto pela Defesa Civil e foram projetados por técnicos da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica).
O cronograma sofreu poucas alterações desde o lançamento do programa, e os processos estão em andamento. No total, serão investidos R$ 600 milhões em radar meteorológico, ampliação de duas barragens, construção de oito novas represas e melhoramento da calha dos rios. Mas a complexidade dos projetos e a burocracia precisam ser vencidas.

Pacto pela Defesa Civil (clique para ampliar)
Arte : Cristiano Estrela
Estado reconhece importância de concretizar obras projetadas por japoneses e incluídas no Pacto pela Defesa Civil, mas argumenta que não há com acelerar a execução
Mais próximo de virar realidade está o radar meteorológico, capaz de monitorar 77% do território catarinense e prever tempestades. Em março de 2014, deve entrar em operação oficialmente, em Lontras.
O aumento da capacidade das barragens de Taió e Ituporanga, obra das mais esperadas para o Vale do Itajaí, está em processo de licitação e deve começar ainda neste ano, segundo a secretário de Defesa Civil, Milton Hobus. Se tudo correr como o previsto, em abril de 2015 as duas vão represar quase 33 milhões de metros cúbicos de água a mais. Engenheiro hidrólogo do Centro de Operação de Sistema de Alerta da Bacia do Itajaí-Açu (Ceops), Ademar Cordero estima que as duas barragens, se já estivessem elevadas em dois metros, impediriam o transbordamento como o ocorrido domingo e ontem.
Com a capacidade de armazenamento maior, o nível dos mananciais no Vale seria menor, principalmente em Rio do Sul, onde o Itajaí-Açu poderia ter ficado um metro abaixo do que foi registrado no Centro.
Em visita a Blumenau ontem, o governador Raimundo Colombo reconheceu a necessidade de as obras serem concretizadas, mas afirmou que as datas de conclusão não podem ser antecipadas:
– Estamos vencendo as etapas legais. As outras ações que estão na fase de projetos executivos não têm como ser aceleradas pois envolvem estudos técnicos de engenharia para poder oferecer segurança à população.

Reportagem : Cristian Weiss e Fernanda Ribas
Fonte: Jornal de Santa Catarina

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