sexta-feira, 11 de maio de 2012

Prédio mais alto da América Latina divide os chilenos


Com 64 andares e 300 metros de altura, a Gran Torre Costanera de Santiago de Chile será o edifício mais alto da América Latina.
Mas especialistas advertem que o arranha-céus em vias de ser construído na capital do Chile poderá provocar um caos sem precedentes.
Considerado um ícone da da atual onda de desenvolvimento chilena, até mesmo a ex-presidente Michelle Bachelet classificou o edifício como um "símbolo do renascimento".
Ao mesmo tempo, críticos afirmam que ele aumentará consideravelmente o trânsito na região. Estudos do Ministério do Transporte chileno indicam que o tráfego de veículos na região poderá subir entre 30% e 50%, quando for inaugurado o shopping de seis andares que funcionará na torre.
O estabelecimento empregará mais de 5.200 pessoas e será o maior shopping center do país. As quatro torres do complexo de edifícios em torno do arranha-céus ocupam um espaço de 190 mil m².
O Torre Costanera faz parte de um megaprojeto do magnata de origem alemã Horst Paulmann e sua construção foi retomada em dezembro de 2009, após ter sido interrompida por 11 meses devido à crise econômica mundial.

Engarrafamentos


A expectativa dos que defendem o arranha-céus é de que ele vá conferir ainda mais importância à região conhecida como Sanhattan, o coração financeiro da capital chilena.
Mas alguns, como o engenheiro de transportes Louis de Grange, afirmam que o projeto agravará problemas já existentes. ''A região de Sanhattan está bastante saturada e provavelmente engarrafamentos na área irão se intensificar ainda mais'', comenta o engenheiro.
Além do trânsito de veículos, há também o temor de que o tráfego humano na região vá chegar a tal ponto que até mesmo sair do edifíco possa demorar até duas horas.
''Isso pode gerar uma mudança de comportamento e fazer com que as pessoas deixem de passar por aqui nos horários mais movimentados e optem por outras rotas e horários. Com a mudança do fluxo para outros locais, poderá haver (incremento) no tráfego em outros pontos da cidade, o que aumentará ainda mais a área de congestionamento'', disse à BBC o engenheiro Diego Edwards.
Edwards, professor da Escola de Engenharia de Logística e Transportes da Universidade Andrés Bello, estima que o edifício vá provocar também um congestionamento de pedestres, agravando uma situação já complicada nos horários de pico desde que o edifício Titanium - até então o mais alto do Chile - foi inaugurado, em maio de 2010.
Um comitê conjunto de autoridades de Santiago estabeleceu 28 medidas para tentar mitigar possíveis impactos no trânsito local. A maior parte delas diz respeito a mudanças no fluxo de tráfego na região, a sincronização de sinais de trânsito, a ampliação de avenidas e mudanças de itinerário.
"Acredito que o impacto do Costanera será muito positivo. Temos que aprender a nos mover em cidades apertadas, tumultuadas e densas. É o que vemos em Nova York, na hora do almoço, por exemplo, quando todos saem para as ruas, sem incomodar uns aos outros. Não creio que haverá problemas'', defende o arquiteto Yves Besançon, que comanda o projeto do arranha-céus mais alto da América Latina.
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