quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Construtoras vendem mais imóveis em Blumenau em 2018


A construção civil deu sinais de reação em Blumenau no ano passado. O sindicato das empresas do ramo (Sinduscon) ainda está fazendo o levantamento dos números em detalhes, mas de antemão o presidente Marcos Bellicanta projeta um crescimento de pelo menos 20%, com a venda de 1,4 mil a 1,5 mil unidades. Em 2017, haviam sido 1,2 mil e, em 2016, apenas 900.

Com a economia patinando nos últimos anos e muitos imóveis vagos, as construtoras e incorporadoras diminuíram o volume de lançamentos. Agora, no entanto, os níveis de estoque estão caindo, o que pode abrir brecha para as empresas voltarem a investir em novos projetos. Para Bellicanta, porém, o desempenho de 2019 ainda é rodeado de certo mistério porque dependerá muito dos rumos do país e da agenda do novo governo.

— Se as reformas passarem e o governo acertar a mão, o pessoal volta com otimismo — diz o empresário, em referência às mudanças nas regras tributárias e da Previdências.

Justamente por isso o presidente do Sinduscon se diz um otimista cauteloso. Repetir o mesmo resultado de 2018, diz ele, já será positivo, mas há espaço para avançar mais se o cenário macroeconômico colaborar, principalmente a partir do segundo semestre se as reformas passarem no Congresso antes disso. A recém-sancionada Lei do Distrato, que aumenta o valor da multa para quem desistir da compra de imóveis na planta, também é vista com bons olhos pelas empresas, que avaliam que a medida aumenta a segurança das negociações.

Outro fator positivo, na avaliação de Bellicanta, está relacionado aos juros. Ao longo de 2018, bancos, principalmente os privados, reduziram taxas, o que ajudou a fomentar novos financiamentos. A Selic a 6,5% ao ano, com a previsão mais recente de atingir 7% ao final de 2019, ainda está baixa. Isso pode fazer com que os investidores enxerguem em imóveis opções mais rentáveis de negócios.

Mercado regido pela confiança
O segmento acompanha de perto os movimentos de Brasília porque é a política econômica que determina os níveis de confiança, fator que costuma ter peso significativo na decisão de compra. Quando eles estão baixos, o pessimismo acaba “contaminando” até mesmo mercados que sofreram menos na crise. É o caso de Blumenau, onde a taxa de desocupação, ao longo da recessão, sempre esteve bem mais baixa do que a média nacional.

Em cenários negativos, o consumidor, mesmo empregado e com dinheiro no bolso, pensa duas vezes antes de se comprometer com um endividamento de longo prazo, caso dos financiamentos imobiliários. O temor é de uma demissão no meio do caminho que o deixe sem capacidade financeira para honrar o compromisso. A troca de governo aumentou as expectativas positivos com o futuro da economia, refletindo também em mais bom humor do mercado.

Fonte : NSC Total - Colunista Pedro Machado

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