quarta-feira, 25 de julho de 2012

Conheça a ambientação contemporânea de casarão histórico de Blumenau

Ótima reportagem do Jornal de Santa Catarina referente ao casarão histórico que serviu de moradia para a família Sievert. Fotos de Rafaela Martins.

No centro de Blumenau, a casa tombada que abrigou a família Sievert revive o mesmo vigor dos anos 1940, agora com toques contemporâneos 


O sol da tarde quente entra à vontade no casarão da Rua Getúlio Vargas, construído na década de 1940. Ele toma conta dos quartos, das salas e dos corredores que um dia abrigaram a família Sievert e hoje é lugar de morada e trabalho de Miguel Estelrich.
Em dia de folga da Casa Peluqueria, pelos cômodos amplos de pé-direito alto, é quase possível ouvir as crianças de várias gerações que um dia correram por ali, que devem ter subido e descido as escadarias inclinadas de madeira. Cabelereiro internacionalmente premiado e requisitado, Miguel, um argentino de Mendoza ainda com sotaque evidente, encontrou no casarão de três andares construído pelo comerciante - e cinegrafista /cineasta/cinéfilo - Willy Sievert o seu canto no mundo. 
Miguel, em Blumenau há 18 anos, precisou sair há pouco mais de dois anos da casa também histórica onde trabalhava e morava, no Bom Retiro. Propôs ao amigo e designer Sávio Abi-Zaid, que, juntos, procurassem um novo imóvel. 
Mais do que isso, encontraram na casa construída pelo avô de Sávio um lar de lembranças e boas energias - como Miguel acredita que a casa tenha. O imóvel havia recém sido colocado para locação. Até então, a moradora era a avó de Sávio, dona Victória, que faleceu em fevereiro de 2010. A jornada da reforma levou cerca de oito meses. A mudança ocorreu no começo do ano passado.




— Essa casa tem detalhes de arquitetura que me encantam desde a primeira vez que a vi. E olha que conheço todas as casas antigas de Blumenau, pelo menos de vista. Tudo aqui sempre foi cuidado com muito carinho. A nossa proposta é ir além do salão. É valorizar a arquitetura, a cultura e a história da casa — conta Miguel. 
Para Sávio, o neto, a parte mais árdua foi antes da reforma, ainda durante a divisão dos móveis entre a família. Eles eram a lembrança viva dos avós e da casa que chamou de lar por 12 anos. Depois, com os cômodos vazios, o Sávio designer deleitou-se em redescobrir o piso de madeira e os detalhes escondidos. O fato da casa ser tombada pelo patrimônio histórico do Estado exigiu cuidado extra durante a obra. 
Por outro lado, as exigências da Vigilância Sanitária precisaram ser atendidas, afinal, um salão de beleza adaptou-se aos cômodos do térreo e do segundo andar. A parte hidráulica e a fiação elétrica - que ainda tinha trechos em que os fios eram revestidos com tecido - precisaram ser parcialmente substituídos e ampliados.  
— É uma felicidade sem tamanho poder participar da reforma e ver que a casa está sendo bem cuidada. Agora pelo menos mais pessoas podem ver a casa por dentro _ conta Sávio. 
As paredes receberam variados tons de cinza. A cor dá nobreza ao espaço, destacando o piso e os adornos nas paredes. As porta de ferro da entrada faz o jogo de luz no hall. No chão, os tacos são peças de um quebra-cabeça de madeira que muda de formato ao caminhar pela casa. 
O vintage mistura-se com simetria ao moderno. As poltronas translúcidas tipo Louis Ghost convivem sem brigas com a cadeira de dentista reformada trazida de um antiquário. Os lustres minimalistas iluminam as bancadas vintage recheadas de pincéis, tesouras e ideias.











Fonte
Espero que essa região do centro fique livre da especulação imobiliária, e que mais casarões sejam restaurados, e não demolidos para dar lugar a edifícios. Blumenau tem muito lugar para construir. Preservemos o pouco que resta do patrimônio histórico.

2 comentários:

Anônimo disse...

muito legal

Mirna disse...

Um salão de cabeleireiro! Na própria casa. Impressionante. Estou levando meu xampu e meu condicionador, então concluímos que está faltando. Ah, e uma tesoura de barbeiro.