segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Fazendas verticais

Em tempos de graves problemas ambientais, como a escassez de terra à medida que a população aumenta, as mudanças climáticas e a ação do homem, a engenharia e a arquitetura pensam em como driblar essas questões e desenvolver projetos sustentáveis e tecnológicos para trazer benefícios às cidades e aos seus moradores. Uma ideia que está prestes a sair do papel é a fazenda vertical (vertical farming), que consiste em uma área de cultivo de alimentos variados em um edifício no meio de um centro urbano. Como se um arranha-céu na Avenida Paulista não mais abrigasse executivos, mas frutas e verduras para o consumo da população local.



O idealizador desse tipo de estufa moderna é o pesquisador norte-americano Dickson Despommier, da Universidade de Columbia, em Nova York. De acordo com ele, a população está crescendo muito rápido, enquanto a produção de alimentos não está conseguindo acompanhar o ritmo. Por isso, o projeto de um prédio que possa manter diversas espécies de verduras, legumes, frutas, até peixes e aves pode ser uma solução, pois produziria alimentos rapidamente e em grande quantidade. Além disso, seria capaz de aproveitar os próprios resíduos para gerar mais alimento. No Brasil, as fazendas verticais aperfeiçoariam os espaços e poderiam ser construídas em áreas degradadas das cidades – revitalizando-as.




Práticas e ecologicamente corretas, essas gigantes estufas urbanas foram pensadas para ser econômicas, pois o plano é que utilizem cerca de 5% de terra e 10% de água das fazendas comuns. Segundo o arquiteto Rafael Grinberg Costa, o plantio e a colheita poderiam ser feitos o ano inteiro, sem preocupações com mau tempo, insetos e desastres naturais. No interior dos prédios, haveria monitores para acompanhar e cuidar das plantações. “Todo o alimento vai ser cultivado organicamente, sem fertilizantes, livre de doenças e pragas. Os agricultores verticais não se preocuparão com os conflitos de terra, água e outros recursos naturais nem lutarão contra plantas ou animais indesejáveis”, explica Grinberg.


Para o arquiteto, a fazenda vertical no Brasil primeiramente deveria surgir como um centro de estudos ligado a universidades e empresas interessadas em desenvolver novos modelos de produção. Depois, no futuro, a alternativa poderia se expandir para as cidades. Porém, ele acredita que a verdadeira implantação virá somente com a necessidade – como sempre acontece. Conheça as vantagens das fazendas verticais, de acordo com o arquiteto e especialista no assunto Rafael Grinberg Costa.




- Redução do custo do alimento, uma vez que não há necessidade de transporte vindo de locais distantes, além da ausência de desperdício com a produção específica e na quantidade necessária à comunidade local e próxima.
- Reciclaria com segurança e eficiência a parcela do lixo orgânico humano e agrícola, produzindo energia com a geração de metano.
- Abriria mais vagas de emprego. A mão de obra poderá ser provida dos moradores de rua do centro, com ações educacionais e profissionalizantes.
- Eliminação da contaminação do solo por fertilizantes, pesticidas, fungicidas.
- Produção durante o ano inteiro, fornecendo alimento suficiente, de forma sustentável, para suprir toda a comunidade, sem perda dos rendimentos devido à mudança do clima ou a eventos climáticos.
- Aproveitamento dos espaços urbanos abandonados e não utilizados.
- Inclusão de novas e necessárias estratégias para a conservação da água potável.


Fonte : Blog Gafisa

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